27/03/2020

Dia da Educação Vicentina 2020

 

#Criativizar memórias, vivências, horizontes

 

SOBRE O DEV:

 

O Dia da Educação Vicentina (DEV) é um marcador institucional que recorda o início da presença da Educação Vicentina no Brasil, dada com a chegada das primeiras Irmãs Filhas da Caridade ao país, em 03 de abril de 1849. No final de 2017, a Comissão Interprovincial de Educação, que reúne representantes das seis Províncias do Brasil, propôs a recordação celebrativa desta data como uma expressão do vínculo existente entre as diversas realidades em que o “jeito vicentino de educar” se faz presente. As duas edições realizadas nos anos de 2018 e 2019 possibilitaram uma crescente integração entre as Províncias através de atividades dinamizadas junto às Instituições Educativas em referência à data, para o que contaram com um especial contributo das plataformas digitais e redes sociais.

 

A terceira edição do DEV que acontece em 2020 quer impulsionar esse dinamismo ao propor ênfases temáticas que articulam a celebração das memórias, das vivências e dos horizontes que fazem parte do projeto educativo vicentino. Em sintonia com a proposta do ano, esse movimento comemorativo é um convite para “criativizar” nossa missão educativa, revisitando a história da Educação Vicentina, redescobrindo os valores que marcam nossas presenças e (con) vivências ao longo dos anos, bem como tecendo o futuro desejável que sonhamos para a humanidade que somos e para a Casa Comum na qual habitamos.

 

IDENTIDADE VISUAL E TEMÁTICA

 

Desde a primeira edição, foi criada uma identidade visual específica para marcar o DEV, que tem acompanhado as produções referentes ao marcador.

 

Para 2020, acrescenta-se um conteúdo temático apresentado na expressão - Dia da Educação Vicentina - #Criativizar memórias – vivências – horizontes. Aprender sempre!

 

A palavra criativizar como tag (#) está em sintonia com a proposta da Rede Vicentina de Educação para o ano de 2020, e apresenta um convite para uma nova compreensão de criatividade, numa transição linguística de substantivo para verbo. Ou seja, “criativizar” é a criatividade como ação, como atitude e movimento que envolve o viver e o conviver. “Criativizar” é impregnar nossos gestos e ações de vitalidade e inovação, ousar novos olhares, perceber outras dimensões e experiências da aprendizagem, ressignificar concepções, revisar nossas práticas pedagógicas e pastorais, repensar metodologias e práticas que sejam significativas para a Comunidade Educativa Vicentina, especialmente para nossos/as estudantes.

 

O “criativizar” como ação se estende sobre três aspectos:

 

  • Memórias como um convite para revisitar as fontes do carisma, a experiência fundacional da Companhia, a intuição criativa dos Fundadores, Luísa e Vicente, na organização das “escolas paroquiais” e seus desdobramentos no compromisso do carisma com a educação ao longo dos séculos. É, igualmente, a recordação agradecida do testemunho e doação das pessoas que nos precederam – Irmãs, Educadores/as, estudantes, famílias – e que, a seu modo e em seu tempo, procuraram fazer da educação uma experiência transformadora de vidas e realidades. A memória é, assim, não a recordação saudosista do passado, mas uma inspiração e fonte de aprendizado para o hoje. Tem, igualmente, uma tarefa pedagógica à medida em que nos educa para a consciência de que o projeto educativo vicentino não é monopólio de algumas pessoas de determinado tempo e lugares, mas que é uma missão que permanente se reinventa a partir dos diferentes sujeitos que a assumem. O legado que herdamos da história é como frutos e sementes em nossas mãos, sobre os quais nos cabe a tarefa de zelo, cultivo e partilha.

 

  • Vivências como expressão da experiência viva, dinâmica e relacional que é a educação. As aprendizagens múltiplas não estão engaioladas em um conteudismo engessado e imaterial, mas perfazem uma relação com o conhecimento conectada com a vida, com o cotidiano das crianças, adolescentes e jovens, com as práticas pedagógicas e pastorais que estão a serviço de seu desenvolvimento e formação integral. As vivências reafirmam que no centro de nossa proposta educativa estão as pessoas, e as relações de diálogo, colaboração e solidariedade que elas estabelecem entre si e com o meio em que estão inseridas. À luz de nosso carisma, essa perspectiva corresponde ao que denominamos de “caridade afetiva e efetiva” e toca de modo singular a vida das pessoas pobres.

 

  • Horizontes como reafirmação daquilo que sonhamos para nós, para nossa Comunidade Educativa, mas também para toda a humanidade e nossa Casa Comum. Desejamos que nossos estudantes alcem voos largos, construam seus projetos de vida integrados e inovadores que lhes permitam encontrar seu lugar no mundo e imprimir significados de valor às suas existências. Da mesma forma, entendemos que isso só será possível à medida que esses diferentes projetos de vida se voltarem para um grande e único projeto de humanidade em que as diferenças sejam pontes para o encontro e não fatores de divisão; em que o direito às condições dignas de vida seja para todos/as e não para um grupo privilegiado; em que os recursos da Terra e o patrimônio cultural sejam assumidos na gratuidade que cuida e não na ambição que explora. Esse horizonte desejável, no entanto, não é uma ideia etérea e futurista, mas um palmilhar artesanal pelas travessias do cotidiano, que unem coragem e sensibilidade, raízes e mudanças, aprendizados, desaprendizados e reaprendizados.

 

Por fim, a expressão “aprender sempre” está em referência a uma das concepções basilares da Pedagogia Vicentina que entende a escola como comunidade de aprendizagem (PV, 70). A experiência aprendente, singularizada na trajetória dos/as estudantes, é igualmente compartilhada por todas as pessoas que fazem parte da Comunidade Educativa. Em diferentes momentos e de diversos modos, somos todos/as aprendentes, sujeitos desse processo autoral e único que a vida como descoberta de permanente significação e ressignificação. Onde todos/as aprendem não há espaço para hierarquias ou concorrências, mas torna-se possível reconhecer a originalidade de cada pessoa e de suas trajetórias.

 

Comissão Especializada de Educação – Província de Curitiba

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